Postado em: 29 de agosto de 2013 na categoria Neurociência.

alzheimer
A falta de uma proteína desempenha um papel-chave no declínio da memória com a idade, um fenômeno reversível e diferente do mal de Alzheimer, segundo estudos publicados nesta quarta-feira (28), que podem abrir o caminho para novos tratamentos.

A carência da proteína RbAp48 na parte do cérebro conhecida como hipocampo é um fator importante da perda de memória associada com o envelhecimento, descobriram cientistas da faculdade de Medicina da Universidade de Columbia em Nova York, chefiados por Eric Kandel, co-ganhador do prêmio Nobel de Medicina no ano 2000.

Seu estudo, feito sobre células cerebrais humanas retiradas de cadáveres, assim como de camundongos, é a indicação mais forte até agora de que a deterioração da memória com a idade e o mal de Alzheimer são patologias diferentes.

Enquanto a primeira parece ser reversível quando tratada a falta da proteína em questão, a segunda continua sendo incurável, explicam os autores dos trabalhos, publicados na revista americana Science Transnational Medicine.

“Estes resultados têm implicações potenciais no diagnóstico e no tratamento dos problemas de memória”, destacou Kandel em um comunicado.

Até agora, os cientistas consideravam que a perda da memória era um dos primeiros sintomas do mal de Alzheimer, mas cada vez mais indícios levam a crer que se trata de um fenômeno que afeta o giro denteado, uma subárea do hipocampo.

Para realizar o estudo, os autores fizeram uma análise genética das células que provêm do giro denteado de oito pessoas falecidas entre os 33 e os 88 anos, nenhuma das quais sofria de doença cerebral.

Os cientistas constataram que o gene RbAp48, que permite produzir a proteína do mesmo nome, viu decair seu funcionamento com a idade em todos os indivíduos.

Os cientistas testaram, então, este mesmo gene em camundongos para determinar seu papel na perda de memória. Assim, quando bloquearam geneticamente a expressão deste gene no cérebro das cobaias jovens e saudáveis, elas experimentaram os mesmos problemas de memória do que seus similares mais velhos, como demonstrado em testes de labirinto.

Uma vez restabelecida a função do gene, a memória dos jovens camundongos voltava à normalidade.

Finalmente os cientistas reativaram o gene para que se expressasse no cérebro dos camundongos mais velhos que, segundo eles, recuperaram a memória da juventude.

Fonte: Terra Saúde

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Continuar uma Relação por Pena faz Mal para Você e Também para seu Par

Continuar uma Relação por Pena faz Mal para Você e Também para seu Par

A advogada mineira Juliana*, de 28 anos, namorava um colega de faculdade há três anos quando percebeu que a paixão havia acabado. A vontade de curtir com as amigas era cada vez maior e o grude do namorado, antes bem-vindo, passou a ser sufocante. “Parecia que a gente era um só: ele usava o meu e-mail para mandar e receber os artigos que precisava e ainda ia para a minha casa no fim de semana para estudar porque, lógico, estava tudo salvo no meu computador”. Ela estava decidida a terminar, mas havia um problema.

O namorado estava prestes a enfrentar uma banca difícil para a apresentação do trabalho final da graduação. “Ele estava quase surtando de medo”, conta a advogada. “E, como os arquivos dele estavam salvos na minha máquina, essa parte prática também me assustava: como é que eu ia deixar o menino sem namorada, sem e-mail e sem computador?”, perguntava-se. Juliana resolveu segurar a onda. “Monografia apresentada, achei que seria mais fácil, que ele perceberia que o namoro era morno”, diz. Mas isso não aconteceu. Depois da formatura vieram uma prova de mestrado, duas trocas de emprego “E eu esperando o momento certo”, conta Juliana. Até que, após dez meses de adiamento, ela terminou tudo quando faltavam três semanas para ele fazer a segunda prova de mestrado ?na primeira, ele não havia passado. Pode parecer cruel, mas a atitude de Juliana é, em muitos casos, a mais aconselhada pelos especialistas. “Em um relacionamento por pena, você fica sem vontade e não oferece ao outro o carinho que ele merece. O resultado a médio prazo é mais dolorido”, afirma Ailton Amélio, psicólogo da USP e autor de um blog sobre relacionamentos no UOL.

O psicólogo da PUC-SP Antônio Carlos Pereira lembra que a dor é tão parte do namoro quanto o prazer. Para ele, tudo bem esperar o momento crítico passar e adiar um pouco um término. Um pouco. “A pessoa pode até pensar: ?não vou estragar a festa’. Mas depois da festa tem que falar”, diz. Ele ressalta que, para fazer o outro feliz, é preciso pensar também na própria satisfação. “Se o namoro não está bom, é ruim para você e para o parceiro”.

Para dar certo no final É natural não querer fazer mal a alguém de quem se gosta ?a paixão acabou mas aquela pessoa não deixa de ser querida ou não merece consideração. “Um mínimo de respeito, compaixão e preocupação é importante. Afinal, aquela relação durou até ali”, diz Rosa Macedo, psicóloga da PUC-SP. A questão é encontrar a melhor maneira de terminar um relacionamento que se mantém por dó ou por simples cuidado com quem você já amou. A estudante de direito Laura*, de 22 anos, precisou viajar para conseguir terminar com um colega que namorava há um ano e dois meses. Ela arrastou o relacionamento por sete meses, porque sempre que tentava se afastar, o “ex” entrava em desespero. “Em uma das vezes, ele ameaçou se jogar do carro. Na outra, começou a bater a cabeça na parede”, conta.

Quando precisou ficar duas semanas afastada e praticamente incomunicável, a estudante tomou coragem. O namorado chorou muito, mas finalmente procurou ajuda psicológica. Hoje, os dois estão em outros relacionamentos. “Adiar nem sempre é bom para o parceiro. Muita gente não termina e acaba empatando a vida da outra pessoa”, diz Ailton Amélio.

A estratégia da estudante de psicologia Flávia*, de 25 anos, foi dar ao namorado sinais de que a relação não ia bem. “Comecei a ficar mais calada e a reduzir o tempo que ficávamos juntos. Por exemplo, ele vinha passar o fim de semana na minha casa e eu tirava o sábado para visitar uma amiga”, relata. A estudante decidiu segurar o relacionamento porque, quando foi terminar o namoro de quase dois anos, ficou sabendo que o irmão do namorado havia sido preso. “Não quis deixá-lo sozinho, eu sabia que ele contava com meu apoio. A família dele era muito desestruturada”, conta. A ideia dela era ficar ao lado do namorado até que a situação do irmão se resolvesse. Cinco meses depois, porém, nada havia mudado e ela havia chegado ao limite. Resolveu terminar. “Foi horrível. Ele ameaçou se matar”, conta. Flávia voltou atrás na hora mas, na manhã seguinte, confirmou o rompimento.O namorado foi embora transtornado, porém não cumpriu a ameaça que havia feito. “Em algumas situações, há um pouco de manipulação do parceiro”, afirma Antônio Carlos. “Que relacionamento é esse que o namorado ameaça suicídio em caso de rompimento?”, questiona. Para Ailton Amélio, o drama do término também pode ser um pouco de fantasia de quem quer por um ponto final na relação. “As pessoas exageram no que se imagina que vai ser o sofrimento do outro”, diz.

Às vezes, é bom esperar Para aqueles que se deparam com o sofrimento do parceiro pela perda de um ente querido, por exemplo, é recomendável esperar. “É preciso dar um tempo antes do rompimento, para a pessoa digerir um pouco o que aconteceu”, diz Antônio Carlos. O cuidado aqui é não deixar esse período se estender demais. Após alguns meses, a pessoa já estará pronta para lidar com o término. “Só que tem que ser feito de forma pensada, não pode ser impulsivo”, diz o psicólogo. De acordo com ele, o momento certo é quando o parceiro se mostra capaz de conversar sobre outros assuntos que não aquela perda. “Vai ser dolorido? Sem dúvida. Mas é melhor ser sincero do que alimentar uma ilusão”, afirma Antônio Carlos. “O outro sobrevive, às vezes, até melhor. O sofrimento faz parte do aprendizado”, completa. O “ex” de Juliana, do início da matéria, passou na segunda prova do mestrado. “Hoje, ele é bem sucedido e noivo de outra menina. Ou seja, não causei nenhum dano irreparável como eu imaginava na época”, diz a advogada. * Os sobrenomes não foram revelados a pedido das entrevistadas.

Fonte: BOL

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Cérebro de Pessimistas produz Menos Substâncias de Combate à Dor

Cérebro de Pessimistas produz Menos Substâncias de Combate à Dor

Pessoas que têm expectativas positivas em relação ao futuro tendem a responder melhor o tratamento medicamentoso da dor, segundo pesquisadores da Universidade de Maryland. Eles pediram que 50 voluntários saudáveis respondessem a um questionário de personalidade que avaliava níveis de altruísmo, resiliência e otimismo. Em seguida, enquanto registravam imagens do cérebro dos participantes por meio da técnica de tomografia por emissão de pósitrons (PET), aplicaram em todos eles uma injeção dolorosa e em seguida entregaram um comprimido placebo – enganando-os, dizendo que era um analgésico.

As neuroimagens mostraram que o cérebro dos voluntários que apresentavam, em maior grau, os traços de personalidade descritos produziu maiores quantidades de substâncias que naturalmente combatem a dor, como endorfinas. Como esperado, eles também relataram melhora mais rápida da dor. “Parece que há uma conjuntura emocional que favorece a liberação natural de substâncias que combatem a dor, o que aumenta a efetividade do efeito placebo”, diz o coordenador do estudo, Jonkar Zubieta.

Fonte: Mente e Cérebro

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Sorriso é percebido como Arma de Atração Físico-Sentimental pelo Cérebro

dicas-sorriso-bonito-saudavel“Sorriso é percebido como Arma de Atração Físico-Sentimental pelo Cérebro”

Um sorriso genuíno no rosto dos outros é um sinal inconfundível de bem-estar e felicidade. Isto porque felicidade e sorriso começam no cérebro, no mesmo lugar. Faça algo bem feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões cerebrais que organizam movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. Essas regiões tratam de elevar os cantos da boca, relaxar as sobrancelhas e, o mais importante, apertar levemente as pálpebras, contraindo os músculos orbiculares dos olhos. São esses que colocam aquelas ruguinhas nos cantos dos olhos, o sinal mais evidente de felicidade e do sorriso genuíno.

Ao mesmo tempo que o sistema de recompensa lhe dá o prazer do sorriso e essas regiões motoras fazem seus músculos estamparem esse prazer no seu rosto, é acionado também o córtex orbitofrontal (OFC), parte do cérebro que registra quando algo de bom acontece – como, por exemplo, a causa do sorriso. É assim que passamos a associar evento e resultado, acontecimento e sorriso. Como resultado, ver a causa do sorriso de novo (uma pessoa em particular, um lugar ou paisagem, por exemplo) torna ainda mais fácil sorrir mais uma vez. Apenas lembrar-se do que causou o sorriso também já funciona.

O incrível é que estampar um sorriso no rosto pode ser o suficiente para que comecemos a nos sentir bem. O truque funciona mesmo se você instruir um ator a montar um sorriso, músculo a músculo. Quanto mais os atores aprendem a dominar o músculo orbicular dos olhos, aquele que circunda as pálpebras e dá as ruguinhas, adotando uma expressão de felicidade genuína, mais seu corpo começa a se preparar para a felicidade, proporcionando-lhes um bem-estar que eles não sabem explicar. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da ínsula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar.

Mas não para aqui. Um sorriso genuíno é contagiante, e espalha a felicidade ao nosso redor. Através de neurônios-espelho, que nos fazem repetir automaticamente ações ao nosso redor, ver um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso, inclusive a ínsula e o OFC. Como seu cérebro imita o alheio sem fazer esforço, ver alguém sorrindo basta para você começar a se sentir assim por dentro também – o que acaba se refletindo por fora.

Já o sorriso forçado, aquele que damos tantas vezes para a câmera, não funciona nem convence. Ele parte de regiões do cérebro que comandam movimentos voluntários, e não causa ativação do OFC. Portanto, não diz ao resto do cérebro que algo de particularmente bom aconteceu. Ou seja: você pode até sorrir por fora, mas seu cérebro sabe que você não está sorrindo por dentro.

Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo através do sorriso. Por isso o bem-estar do outro é contagiante; por isso nos sentimos melhor perto de pessoas sorridentes. E, como se não bastasse, ainda ficamos mais bonitos ao sorrir: o OFC, que é acionado automaticamente quando vemos uma pessoa bonita, fica ainda mais ativo quando essa pessoa sorri. O sorriso é, portanto, o tratamento de beleza mais rápido, barato e democrático que a natureza – e a neurociência – já inventou…

Fonte: Mente e Cérebro

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Disfunção Cerebral pode explicar alguns Casos e Aspectos do Transtorno Sexual Hipoativo

disfuncaoDisfunção Cerebral pode explicar alguns Casos e Aspectos do Transtorno Sexual Hipoativo

Quem experimenta falta ou perda total do apetite sexual, sem que sejam identificadas causas médicas, sofre de transtorno do desejo sexual hipoativo. Algumas pessoas sempre foram assim, outras perdem o desejo repentinamente. Muitas vezes, os sintomas permanecem durante meses ou anos e têm consequências graves para os relacionamentos íntimos, para as relações de casais e para a autoestima de quem enfrenta a situação. Entre os homens que passam por isso, aproximadamente metade relata sofrer também de disfunção erétil.

Quando não há um mal físico ou outro distúrbio psíquico, como depressão, é comum que as pessoas procurem uma explicação. A maioria dos sexólogos relaciona como possíveis causas psíquicas problemas no relacionamento e temor do contato sexual, por exemplo, por medo do fracasso ou mesmo como consequência de experiências traumáticas. A psiquiatra especializada em terapia sexual Helen Kaplan, da Universidade Estadual de Nova York, porém, acredita que aqueles que apresentam o transtorno tendem a dirigir, inconscientemente, sua atenção para aspectos físicos negativos ou traços de caráter que não aprovam em seu parceiro potencial – o que faz com que o próprio desejo sexual diminua ou desapareça. Helen também considera ser possível que,nesses casos, os processos cerebrais que controlam o desejo estejam prejudicados.

Para testar essa hipótese, comparamos, com a ajuda de tomografia por emissão de pósitrons (PET), sete indivíduos que apresentavam o transtorno com oito saudáveis – apenas homens, heterossexuais, entre 20 e 50 anos, que não tomavam medicamentos nem drogas e não sofriam de nenhum outro distúrbio psíquico. Queríamos saber se o cérebro desses voluntários reagiria de forma diferente a estímulos sexuais.

De modo sequencial, apresentamos a cada participante três tomadas de vídeo: um homem e uma mulher durante o ato sexual, uma situação neutra do dia a dia e, por último, uma cena humorística. Em uma nova rodada, mostramos três tipos de fotografia: mulheres trajadas como executivas, modelos vestidas normalmente e jovens seminuas. Ao mesmo tempo, registramos a atividade cerebral e medimos a excitação física com um pletismógrafo penil – anel elástico que mede o grau da ereção de acordo com a circunferência do pênis. Além disso, os próprios indivíduos avaliavam, após cada exibição, quanto os filmes ou as imagens os tinham excitado sexualmente.

Resultado: quando os homens saudáveis viam um video ou uma foto com conteúdo sexual, a circulação sanguínea em uma parte do lobo frontal imediatamente acima do globo ocular diminuía. Naqueles com desejo sexual hipoativo, isso não ocorreu. Portanto, a região em questão, o giro reto, ao ser ativada, poderia ter participação no controle do desejo e da excitação.

Quando esses homens tinham diante de si uma imagem erótica, o giro reto esquerdo reduzia sua atividade – uma “desinibição”, no sentido real da palavra. Se essa região é lesada em consequência de um trauma cerebral, o sujeito perde a contenção, a vergonha ou o senso de moral, buscando prazeres de forma excessiva – principalmente os de caráter sexual. Se, por outro lado, essa região é hiperativa, a contenção se torna tão forte que o apetite sexual desaparece. Em outras quatro regiões, o cérebro se comporta de maneira oposta: ali, as tomografias do grupo de controle saudável mostraram maior atividade. Três dessas regiões, as chamadas áreas pré-motoras, como o giro do cíngulo, preparam os movimentos. A quarta região, localizada no lobo parietal inferior esquerdo, torna-se ativa quando a pessoa imagina uma ação, sem colocá-la em prática, como em uma fantasia sexual. De fato, os indivíduos com desejo sexual hipoativo relataram que, durante a apresentação dos estímulos eróticos, não pensaram no próprio corpo ou em atividades sexuais.

Com base nisso, detectamos duas disfunções no cérebro que aparentemente estão associadas à falta de apetite sexual: de um lado, contenção excessiva partindo do cérebro frontal inferior; de outro, falta de imaginação erótica, perceptível pela reduzida atividade no lobo parietal inferior e nas áreas pré-motoras.

Pesquisadores consideram, porém, que isso não significa necessariamente que tais disfunções causaram a falta de apetite sexual nem que o transtorno possa ser tratado apenas com medicamentos; a psicoterapia está igualmente associada a mudanças no cérebro. Também na área da sexualidade, corpo e psique devem ser compreendidos como os dois lados da mesma moeda.

Fonte: Mente e Cérebro

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A Delicada Relação entre Memória e Inteligência

A Delicada Relação entre Memória e Inteligência

Pessoas mais inteligentes costumam obter melhor aproveitamento na escola, permanecem mais tempo estudando, ocupam postos de trabalho nos quais têm autonomia e recebem salários acima da média. Além disso, são mais atentas a estratégias que favoreçam sua saúde, tanto física quanto mental – e vivem mais tempo. É claro que só o aspecto cognitivo não basta, mas pesquisas têm mostrado que os benefícios de um alto nível intellectual são numerosos – assim como as desvantagens de uma inteligência pouco privilegiada. Obviamente existem exceções, mas essa é a norma vigente na sociedade ocidental atual.

Não por acaso, em vários países os programas de pesquisa destinados a melhorar a inteligência se encontram entre os que recebem mais investimento. Cada vez mais há consenso de que melhorar a inteligência da população é relevante, sobretudo pelos benefícios obtidos quando esse objetivo é alcançado. Contudo, seguimos sem uma resposta clara sobre como conseguir isso. Estudos revelam que os ganhos obtidos por meio de estratégias de melhoria cognitiva se dissipam com o passar do tempo, após a intervenção ser concluída. Pelo menos é esse o parecer oficial da Associação Americana de Psicologia, após a revisão de dezenas de pesquisas nessa área.

Nesse contexto está enquadrada, em parte, a intenção de encontrar os mecanismos mentais e cognitivos básicos sobre os quais se apoia a inteligência. Há muitos anos, cientistas vêm insistindo que alguns processos mnêmicos são essenciais para a inteligência. A memória operativa (ou de trabalho) constitui um rico e complexo mecanismo mental, mas seus processos mais básicos se consolidam sobre o armazenamento temporal da informação relevante.

A memória operativa permite o “uso” de determinada informação durante um breve período. Por exemplo, compreender a frase que você está lendo neste exato momento exige a capacidade de conservar na lembrança a primeira parte do que foi apreendido até que seja lido todo o resto – e, assim, o trecho do texto faça sentido. Trata-se da memória “de ação”, não para armazenamento, como um arquivo. Afinal, não é possível entender o que não lembramos, não podemos raciocinar a respeito de um problema que não temos em mente, cujos detalhes vão se perdendo à medida que procuramos solucioná-lo. Não é possível resolver uma questão se alguns de seus elementos se perdem no caminho ou considerar uma informação que vai se “desfazendo”.

Atualmente, existe uma extensa pesquisa sobre o tema, ainda que não concluída e, portanto, parcial. Os estudos se concentram apenas em algumas variáveis potencialmente relevantes, sendo raros os que consideram a maior parte delas de forma simultânea. Tratamos desse impasse no artigo “Podemos reduzir a inteligência fluida à memória de curto prazo?”, recentemente publicado no periódico científico Intelligence. Geralmente são medidas algumas capacidades intelectuais básicas: inteligência fluida ou abstrata, cristalizada ou cultural e visuoespacial. Também costumam ser avaliados aspectos como funcionamento executivo, atenção, velocidade mental, memória de curto prazo e memória operativa. Considerando-se as relações recíprocas, foi descoberto que o elemento comum na memória de curto prazo, na memória de trabalho e no funcionamento executivo – ou seja, o armazenamento temporal da informação – se encontrava profundamente associado à inteligência fluida.

Na prática, esse resultado nos leva a supor que as pessoas mais inteligentes têm maior capacidade para conservar, em estado ativo, a informação considerada mais relevante durante o tempo necessário para ser utilizada. Já aspectos como rapidez de raciocínio ou concentração são considerados secundários quando se trata do armazenamento de curto prazo.

Tal resultado corrobora as conclusões de outras pesquisas nas quais foram usados outros métodos de investigação. Por um lado, os estudos de neuroimagem revelam que a inteligência e a memória de curto prazo compartilham um suporte neuranatômico distribuído em regiões-chaves dos lóbulos frontais e parietais. Por outro lado, o treinamento adaptativo cognitivo embasado no aumento da capacidade para supervisionar uma maior quantidade de informação durante determinado tempo eleva significativamente o rendimento nos testes que valorizam a inteligência fluida.

Curiosamente, capacidades intelectuais superficialmente muito diferentes parecem encontrar-se fortemente ligadas por alguma classe de limitação compartilhada. Quando pudermos superar essa dificuldade, talvez estejamos mais perto de atingir um objetivo que fascina tanto cientistas quanto leigos: encontrar formas de nos tornarmos mais inteligentes.

Fonte: Mente e Cérebro

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Anorexia e Bulimia são Desenvolvidas na Pré-adolescência

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A busca excessiva pela magreza e por medidas perfeitas se tornou um comportamento em evidência nos últimos anos, principalmente no universo feminino, provocando muitas vezes distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia.

 No mundo das celebridades isso não é muito diferente. Famosas como Mary-Kate Olsen, Demi Lovato, Kelly Clarkson, Lily Allen e Lady Gaga já revelaram sofrer com problemas de transtornos ligados à alimentação.

Segundo o psicólogo Virgílio Gomes, coordenador do Programa de Cirurgia da Obesidade do Hospital Adventista Silvestre, a principal característica de uma pessoa que desenvolve um distúrbio alimentar é a recusa do paciente a manter um peso corporal na faixa normal mínima associado a um temor intenso de ganhar peso. A pessoa tem uma auto-percepção distorcida, provocando a recusa da alimentação, caracterizado como anorexia, ou indução ao vômito, a bulimia, e colocando a própria vida em risco.

“A definição clássica da Anorexia Nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão de magreza e o medo mórbido de ganhar peso. Já a Bulimia consiste em compulsões periódicas e métodos compensatórios inadequados para evitar ganho de peso, geralmente através da purgação [indução ao vômito] e uso de laxantes ou medicamentos similares”, explicou o psicólogo ao SRZD.

Os distúrbios alimentares costumam se desenvolver na pré-adolescência, quando as orientações sobre alimentação saudável e entendimento e aceitação das mudanças corporais devem ser ainda mais trabalhadas.

“Raramente inicia antes da puberdade, mas existem indícios de que a gravidade das perturbações mentais associadas pode ser maior nos pacientes pré-púberes que desenvolvem a doença. Entretanto, também há dados que sugerem que quando a doença se inicia durante os primeiros anos da adolescência (entre 13 e 18 anos de idade), ela pode estar associada com um melhor prognóstico. Mais de 90% dos casos de Anorexia Nervosa ocorrem em mulheres. O início do transtorno raramente ocorre em mulheres com mais de 40 anos”, afirmou Virgílio Gomes.

Segundo o psicólogo, os transtornos de alimentação costumam ter uma prevalência maior em sociedades industrializadas, nas quais existe abundância de alimentos e onde, especialmente no tocante às mulheres, ser atraente está ligado à magreza.

“Fatores culturais podem influenciar as manifestações do transtorno especialmente os ligados as exigências dos ideais de beleza”, explicou.

Fonte: SRZD

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Atenção à Saúde Mental de Crianças Precisa Ser Melhorad

Atenção à Saúde Mental de Crianças Precisa Ser Melhorada, Segundo Especialista

São Paulo – O atendimento em saúde mental em todo o mundo está aquém do desejável. E, mesmo em países com muitos recursos, como os Estados Unidos, ainda há várias barreiras – como o estigma social dos transtornos mentais e a falta de informação sobre a existência de tratamento – para possibilitar o acesso, principalmente de crianças, aos serviços de apoio psicológico.

A avaliação foi feita por Cristiane Seixas Duarte, professora do Departamento de Psiquiatria Infanto-Juvenil da Columbia University, nos Estados Unidos, durante conferência proferida na São Paulo School of Advanced Science for Prevention of Mental Disorders (Y Mind) sobre o contexto e o desenvolvimento da psicopatologia (estudo dos estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental) de crianças.

Promovida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, e o King’s College, da Inglaterra, o evento, realizado no âmbito do Programa Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), da Fapesp, ocorreu entre 25 e 29 de março no campus da Unifesp, em São Paulo.

 Radicada nos Estados Unidos há 13 anos, Duarte, que fez mestrado e doutorado com Bolsa da Fapesp, participa de um estudo iniciado logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, com o objetivo de avaliar os impactos psicológicos de um evento traumático dessa magnitude em crianças.

 A pesquisadora destaca, em entrevista à Agência Fapesp, a necessidade de centrar o foco em ações de prevenção e atendimento à saúde mental de crianças e jovens. Mais de 75% dos transtornos mentais surgem na infância e na adolescência e, quanto mais cedo diagnosticado o risco ou o surgimento de um problema de saúde mental, maiores as chances de evitar sua progressão.

 – Os países em desenvolvimento apresentam maior prevalência de transtornos mentais?

 Cristiane Seixas Duarte – O que verificamos – e isso ainda não está claro, porque não há estudo que tenha usado uma mesma metodologia para fazer essa comparação e os dados sobre número de pessoas com transtornos mentais em países como o Brasil são recentes – é que os países em desenvolvimento tendem a ter uma taxa maior de distúrbios mentais do que as nações desenvolvidas.

 Uma das hipóteses para explicar isso, que ainda não foi testada, é que os países em desenvolvimento apresentam maior prevalência de fatores de risco para o surgimento de transtornos mentais, como a violência. O atendimento à saúde mental, no entanto, está aquém do que seria desejável tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos.

 Fonte:Revista Exame

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Cartas de Amor, para quem precisa!

carta de amorCartas de Amor para quem Precisa

A americana Hannah Brencher adquiriu com a mãe o hábito de escrever cartas – desde pequena, espalhava mensagens carinhosas pela casa e, na vida adulta, manteve o gosto por escrever à mão. Quando se mudou do interior dos Estados Unidos para Nova York, encontrou no hobby uma maneira para driblar a solidão que sentia na metrópole: começou criar cartas anônimas nas quais descrevia seus sentimentos e expectativas e a abandonar o papel dobrado em locais públicos, como o metrô, para que estranhos o encontrassem. Algum tempo depois, postou em seu blog pessoal que iria enviar uma carta para quem quisesse e ficou surpresa ao receber dezenas de pedidos de internautas que ela nem mesmo supunha que lessem sua página.

Hoje, Hannah envia palavras calorosas a desconhecidos de forma sistemática, através do site More love letters (Mais cartas de amor) – com a ajuda de 20 voluntárias, ela recebe diariamente e-mails de pessoas de todo o mundo que gostariam de receber mensagens amorosas ou de indicar um amigo que precisa delas. Mensalmente, aliás, a turma de Hannah envia várias cartas de uma vez para uma pessoa que esteja precisando muito, escolhida entre os depoimentos que recebem diariamente. Agora, pessoas de outros países também podem participar do projeto. Basta se inscrever no site para receber, vez por outra, uma solicitação das coordenadoras para escrever uma carta, acompanhada da história de quem irá recebê-la. Nesse caso, é preciso escrever à mão, em papel bonito e com letra caprichada, e enviar por correio para a equipe, que se encarrega de fazer a mensagem chegar ao destino. Poucas palavras, sinceras e escritas com boa intenção, podem fazer diferença para alguém: http://www.moreloveletters.com.

Fonte: Mente e Cérebro

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Exercícios para o Cérebro podem ajudar a Emagrecer.

simpatias para emagrecer 3Exercícios para o Cérebro podem ajudar a Emagrecer, dizem Médicos

O cenário não é novo nem raro, acometendo muitas pessoas no dia a dia: mesmo fazendo todo o esforço possível, a dieta e o exercício físico não são suficientes para baixar o ponteiro da balança. De acordo com o clínico geral e fisiologista do exercício, João Pinheiro, formado em medicina pela Universidade Federal do Pará, diversos fatores podem interferir no resultado. E é aí que entra o que ele chama de neurofitness ou neuróbica:”O indivíduo que está acima do peso usa a comida para driblar frustrações, angústias, estresse. E, nesses casos, muitas vezes é preciso fazer algo a mais. Alguns exercícios mentais ajudam a ultrapassar as barreiras para a perda de peso.”

A ‘malhação’ que mexe com a mente engloba desde manobras de equilíbrio até pulos e agachamentos (veja exemplos no fim do texto). São movimentos simples que estimulam o cérebro de alguma maneira, disparando comandos para as áreas neuronal e muscular. Indicada para todas as idades, a ideia é revigorar a habilidade cerebral e aumentar a capacidade de alcançar objetivos definidos. A modalidade dá uma força no emagrecimento e ainda minimiza problemas como insônia, perda de memória e distúrbios de atenção. “O recomendado é associar o neurofitness a alguma atividade física tradicional – dança de salão, musculação, esportes”, diz Pinheiro.

Conceito novo

Embora ainda não haja comprovação científica, especialistas acreditam que a prática pode funcionar. De acordo com o neurologista Leandro Teles, formado e especializado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), médico do Hospital Oswaldo Cruz (SP), o termo neurofitness é aplicado em duas situações distintas: exercícios mentais em prol da capacidade intelectual – de concentração, memória e estratégia, por exemplo; e atividade mental para perda de peso, redução de medidas e contorno corporal. “O primeiro item já foi bastante estudado e conta com embasamento científico, enquanto o segundo se baseia em um conceito relativamente novo e, por isso, carece de pesquisas. Mas é possível que seja eficaz, sim.”

Duas hipóteses, na opinião do neurologista, explicariam como a modalidade influencia na perda de peso. Para começar, ele diz, a atividade mental guiada leva a mudanças comportamentais que favorecem o emagrecimento. “O cérebro é que sente fome, faz as opções alimentares, seleciona as quantidades; e, na ginástica, define o tipo e a intensidade do exercício. Mais que isso, é a cabeça que se frustra com os resultados ruins, desanima, desiste. Nessa perspectiva, podemos dizer que um cérebro melhor treinado auxilia na perda de peso, melhorando as escolhas e o comprometimento com os resultados. Indivíduos que estabelecem metas progressivas são, de modo geral, mais bem sucedidos.”

Segundo Teles, alguns exercícios poderiam, teoricamente, mudar a relação do organismo com a atividade física e a alimentação, além de transformar a imagem corporal e a forma de se encarar os desafios. “O efeito é indireto: o cérebro auxilia a melhor administração dietética e esportiva e o peso é reduzido por essa modificação comportamental.”

Mudanças no organismo

A segunda hipótese que explica o sucesso do neurofitness é fisiológica: a atividade mental altera a secreção hormonal e origina uma nova ação metabólica mais favorável ao emagrecimento. “Isso tem algum embasamento científico: a produção de leptina e grelina, hormônios da saciedade, depende diretamente do estado emocional, do sono e de outros aspectos cerebrais.

Além disso, existem outras pontes entre exercício mental e alteração metabólica: pessoas ansiosas liberam mais cortisol, associado à redistribuição de gordura; a insônia crônica leva ao ganho de peso; a depressão altera o apetite”, observa Leandro Teles. O neurologista acredita que há pessoas sensíveis a este tipo de prática somada a medidas tradicionais, como dieta e exercício físico convencional, enquanto em outras não funcionaria.

Suzete Motta, médica formada pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) com prática ortomolecular e formação em estética médica, concorda. “De qualquer forma, sabemos que o cérebro é o responsável por tudo. Para citar um exemplo, considere que o estresse aumenta o cortisol e altera o sono, fatores que influenciam na gordura corporal. Quer dizer, muitos aspectos estão relacionados.”

A médica explica que o cérebro humano é constituído por cerca de 100 milhões de células nervosas, os neurônios, que trazem uma característica especial: a neuroplasticidade, que nada mais é do que a capacidade de se modificarem e adaptarem sua estrutura e função em resposta às exigências externas e internas do organismo. “Toda demanda que desafie ou estimule o cérebro produz alterações anatômicas que geram sinapses, quer dizer, comunicação entre os neurônios. O mentalfitness, também chamado de neurofitness ou neuróbica, aciona tal mecanismo, resultando em melhora do desempenho cognitivo – raciocínio, memória, concentração – e controle do estresse e da ansiedade, que auxiliam na perda de peso”, conclui Suzete Motta.

Veja, agora, alguns exercícios da modalidade:

1. Aposte no equilíbrio

Este exercício é simples e pode ser feito em casa. Fique em pé sobre uma plataforma e eleve os braços na altura dos ombros. Após manter o equilíbrio, tire o pé esquerdo por alguns minutos e depois faça o mesmo com o pé direito. Repita dez vezes com cada pé.

2. Exercite sua coordenação motora

Que tal andar de costas na esteira? Na velocidade de 1 km/h, suba no aparelho de costas e caminhe. No início, você pode apoiar os braços nas laterais para se acostumar. Pratique por cinco minutos.

3. Responda aos comandos

Peça a ajuda de uma amiga para ordenar que você pule ou agache assim que ela fizer um sinal. Elaborem uma sequência de exercícios: quando ela levantar o braço esquerdo, por exemplo, você deve pular três vezes; quando ela abaixar o mesmo, você tem que agachar. Dedique-se a essa ‘aulinha’ por cinco minutos, no mínimo.

4. Brinque com objetos

Em casa, disponha cinco cadeiras em um ambiente e ande entre elas, primeiro de frente e depois voltando de costas. Na sequência, pegue uma bola e a conduza com o pé esquerdo passando pelas cadeiras, depois alterne e repita com o pé direito.

Fonte: BOL Saúde (http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/ciencia/2013/05/02/exercicios-para-o-cerebro-tambem-ajudam-a-emagrecer-diz-medico.htm)
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